Olá, galera do bem!
Gratidão a todos os que participaram deste concurso, que se dispuseram a esse belo exercício de autoconhecimento e introspecção de fotografar a si mesmo, ou ao exercício de empatia e conexão de fotografar a alma do outro!
Parabéns a todos os premiados por estas imagens belas e profundas!
Forte abraço a todos!
W.Fugisse
Criador da FineArt Association
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Marcas, estradas, caminhos e trajetórias.
Nossas mãos são o retrato de uma vida.
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Vaqueiro! O povo com a cara do Nordeste é sinônimo de Força, Garra e Coragem. Tradição se mantém viva por gerações.
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Seu Francisco chora ao comentar sobre animais que morriam de sede. A imagem realizada em 2012, retrata uma das piores secas dos últimos 50 anos na cidade de Casa Nova-BA.
Interessante ressaltar os detalhes do rosto e da mão de Seu Francisco, o que nos mostra uma vida difícil e de muito sofrimento.
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Um retrato deve nos contar um pouco da personalidade daquela pessoa. Eu procuro mostrar um pouco da minha influência do cinema e um pouco do meu lado excêntrico.
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Além de ser um baita exercício de auto conhecimento, o auto retrato traz a possibilidade de ousar certas técnicas que normalmente você não usaria com outro cliente. Aqui eu uso a baixa velocidade, nada comum em retratos.
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Caos e calor.
Uma pitada de caos e de calor ao autorretrato inspirado em diversos retratos feitos da atriz Audrey Hepburn durante a sua vida, que posou inúmeras vezes neste ângulo.
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“Anyway the wind blows” é uma das primeiras e a última frase de uma das minhas músicas preferidas da vida, Bohemian Rhapsody, do Queen.
Tatuei esse trecho na minha pele na época em que percebi que mais cedo ou mais tarde “o vento vai soprar”, e o que tem que acontecer, assim florescerá. Foi quando decidi me entregar à arte da fotografia e deixar para trás antigos padrões e dores dessa constante necessidade de se encaixar nos “quadrados” e rótulos aos quais eu insistia tentar me adaptar sem sucesso.
A música sempre esteve atrelada ao meu trabalho de alguma forma, e sinto ela como algo essencial e inerente à minha produção artística.
Este autorretrato, inspirado na fotografia promocional da banda quando Bohemian Rhapsody foi lançada, expressa toda a minha paixão por essas duas artes e toda a força de “mama, just killed a man” quando matei a minha antiga versão para (re)nascer através da arte.
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Sr. Hélio Aprijo, o Hélio Manco,filho da Fia da Negrinha do Bastião da Maria Chica.
Só esse título já merece reverências. Descendente de povos escravizados, trabalhou a vida toda em carvoeiras e agora é aposentado.
O Sr. Hélio é uma figura incrível! Quem o ouve rindo o tempo todo e contando coisas engraçadas não consegue imaginar o peso que ele já carregou nas mãos uma vida inteira, nem mesmo pela postura calejada e por se sustentar em uma bengala. A gente simplesmente não tem noção física do que deve sentir um descendente de um povo que foi escravizado, muitas vezes até com memórias visuais. Carregar no sangue essa herança também é um fardo inimaginável pra mim e pra você.
Não peço perdão por politizar minhas falas. A escravidão ainda existe! Trabalho análogo à escravidão é escravidão! Vergonha de quem sente saudade de um tempo em que a mão de obra era quase gratuita. Respire fundo agora, imediatamente, e se lembre de quantas pessoas aí do seu lado já proferiram essas barbaridades sobre mão de obra. Agora olhe pro Sr. Hélio.Ele me narrou que hoje vive às custas do governo depois de ter trabalhado anos em carvoeira. Não é às custas do governo, meu querido, o senhor trabalhou e contribuiu muito. E ouso dizer que até mais do que devia e precisava.
Toda essa história eu nem precisaria contar. Está clara nessa foto. As cores vivas não são uma coincidência. Ele não se senta no sofá, está sempre às margens. E a carinha dele está nos contando tudo, o olhar fundo, pesado, concentrado.
O trabalho de um artista revela verdades que ignoramos, além de provocar e romper barreiras, e pode/deve elevar o espírito, ao denunciar comportamentos e questionar a sociedade de uma forma geral.
A arte é bela. E também é sermão.
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Mãe é foda! Mãe tem poder, não deixa a gente passar frio. Sofre quando passamos vontade das coisas. Ela deixa de ter/ser algo pela gente.
Muitos conhecem a minha mãe, então vou contar só uma coisa dela que é um exemplo que deveria ser perpetuado e exposto em uma galeria, entrada com carpete vermelho, numa sala iluminada ao lado de todos os donos das primeiras posições do ranking mundial de seres humanos.
Nunca tive muitos luxos na infância. Não tinha tênis de marca, nem mochila da Company, muito menos férias na praia. Não tínhamos carro. Minha mãe saía de casa 3x ao dia, a pé, sob sol ou chuva, para dar aula. Morávamos num barracão nos fundos da casa dos meus avós paternos. Quando ela e meu pai compraram um lote pra construir e fez a planta da casa, muitos ironizam, dizendo que ela nunca conseguiria terminar a obra daquele hospital. Bom, queridinhas, sinto informar.
Aos 13 eu devia ter só um par de tênis decente, parecia uma maçã do amor de tão magro, que era só cabeça e pescoço. Canela cinza. Era um dos melhores da sala, até apanhei porque tirava só notão e um dia o bully me deu uma pedrada na cabeça. Mas divago. Em 98, minha mãe tirava a maior parte do salário dela e até atrasou um pouco a obra pra pagar minhas aulas de inglês. Ela, professora pública de letras, bancando um curso caríssimo de outro idioma pro filho. Urrando! Pensem no orgulho dessa preta.
E aos 13, com poucos meses de curso, eu praticamente já falava inglês fluente e aprendi uma das maiores lições da minha vida, justamente com ela, minha mãe. Temos que aproveitar, gente. Nossas mães nem nunca ouviram falar em meritocracia. Essa porra nem existe. O suor delas não é herança. Nossa gratidão, honra, orgulho, amor, respeito deve fazer jus ao esforço imensurável dessas mulheres. Sejamos dignos.
Mãe, te amo. A senhora sempre foi nosso exemplo maior e meu amor e orgulho só aumentam. Senhora é exemplo de coragem, dedicação e força não só pra mim, mas pra todo mundo que a conhece. Se ao longo da vida eu atingir uma ínfima porcentagem do ser humano que a senhora é, saiba que todos vencemos.
"Ooooh aah, Mother should I build a wall. Mother should I run for president?"