Este é sem dúvida meu concurso favorito. É delicioso ler as histórias, ser tocado por elas.
Este é um concurso onde os números dos relatórios não dizem muita coisa. Seria preciso ler cada palavra junto comigo, para que vocês entendessem as notas e as escolhas.
Vejo esse concurso como uma oportunidade dos fotógrafos desenvolverem melhor uma outra forma de arte: a escrita. É possível, tal como na fotografia, tocar, emocionar, guardar momentos, contar histórias, através do texto. Juntar a fotografia e a escrita é uma combinação poderosa. Parabéns a todos os ganhadores! Vocês foram capazes de tocar o nosso coração com esta dança entre texto + fotografia.
Agradeço de coração a todos os participantes. O membro que desejar poderá solicitar o relatório de votos pelo email fineartassociation@gmail.com.
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Nesse casamento a festa foi tão intensa que no meio do casamento o noivo simplesmente sumiu. Todos procuravam e ninguém sabia onde estava o moço.
Até que ouvi alguém falando para a noiva que ele tinha ido dormir no carro.... Eu nunca tinha visto algo assim e não poderia perder essa cena.
Fui junto até o estacionamento e ele realmente estava dormindo de verdade no carro enquanto a festa estava rolando.
Óbvio que a noiva não ficou nem um pouco feliz, mas levou super de boa acordando ele para levar de volta para a festa.
Essa foto gera muitas risadas e uma cena que eles nunca vão esquecer.
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RETRATOS DE HISTÓRIA
Seu João, aos 100 anos. segura um retrato de quando era jovem.
O mesmo, já foi DELEGADO na cidade de Juazeiro e é respeitado e conhecido por toda a cidade.
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Acostumado a fotografar casamentos e famílias, em 2020 eu fui documentar o impacto do COVID em comunidades indígenas na Amazonia.
Nesta foto vemos uma família de índios, ou melhor, a tribo Tuyuka, que está situada a uma hora e meia de Manaus.
Foi incrível se conectar com essas pessoas e perceber o quanto estamos longe da nossa maior conexão, com a mãe terra!
Será que realmente vivemos bem? Estamos tao acostumados a confortos, bens materiais, trancados e protegidos da violência urbana e cada vez mais longe da nossa conexão espiritual.
Os indios não precisam de muito para viver bem. A abundância da natureza lhes proporciona tudo que precisam. Desde o alimento, água de beber, até os remédios para suas enfermidades.
Das tres comunidades que visitei, a única que foi afetada pelo COVID foi o Parque das Tribos que fica dentro da cidade de Manaus. As outras duas tribos, mais afastadas não foram afetadas. Não é a toa que os Apurinã, tribo mais afastada que eu visitei detestam ir a cidade. O cacique me relatou que eles acham a cidade, suja, poluida, hostil e cheia de doenças.
Nessa minha experiência eu pude ter um contato com a natureza de uma forma que eu nunca experimentei. Eu pude sentir a energia que existe dentro de uma tribo indígena. Como são cultos, humildes e simples. Para eles respeitar a natureza é tão óbvio e para nós parece um exercício sem fim.
Eu me emocionei muitas vezes. Papagaios voam livres e posam no seu ombro como se te abrasassem dando boas vindas. Os animais vivem soltos e a felicidade parece estar sempre presente em cada sorriso daquelas pessoas.
Eu cheirei rapé, comi carne de jacaré e formigas grelhadas. Eu contei piada, dei risadas e percebi o que não precisamos de muito para sermos felizes.
Eu andei de carro, de barco e caminhei por mais de uma hora no meio da mata. Eu vi um brasil que sequer fala português. Também vi um povo que é o retrato do nosso país. Manaus, infelizmente é o retrato de um país abandonado e largado a própria sorte. Contrastes tão absurdos que poderia ficar escrevendo por horas.
Nesta viagem, eu aprendi muita coisa e o mais importante é que nada substitui os ensinamentos da natureza, que um aperto de mão e um sorriso rompem barreiras e que com uma câmera na mão a fotografia me levou mais uma vez para um lugar extraordinário.
Eu só tenho a agradecer aos indios por tanta sabedoria e por compartilharem comigo com tanta generosidade.
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Em 2020 quando eu fui cobrir o impacto do COVID na Amazônia eu também visitei as comunidades que vivem as margens do rio, as Comunidades Ribeirinhas.
Apesar de estamos tão acostumados com a pobreza em nosso país, vivenciar isso de perto é muito diferente e distante de uma fotografia.
Na roça, como chamamos o interior, as crianças brincam em meio as galinhas, cachorros e até outros animais. Eu vi crianças brincando em meio a cobras enormes, jacarés e outros animais selvagens.
Eu já visitei muitas favelas no Rio de Janeiro e o que mais se assemelha a essas pessoas é que todas tem um sorriso de esperança e o pouco que tem compartilham com voce. Um copo de agua, um aperto de mão, um abraço ou uma breve prosa.
Eles não ter muito, mas o pouco que tem eles compartilham.
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Escolhas de uma vida
"A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua..."
Pedro Bial
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A Juliana é daqueles mulheres multifacetadas, e que tive a honra de registrar sua família, ao fuçar um pouco em seu instagram eu li alguns relatos de um grande desafio que ela tinha passado em sua vida, e pedi que ela me escreve um texto que representasse essa foto. "O fato é que nós, mães, nunca pensamos na nossa própria morte. Estamos tão imersas em garantir o bem estar dos nossos que, por vezes, negligenciamos a nossa própria saúde. Até que um dia, o inesperado acontece. Um mal estar aparentemente bobo acaba se transformando num peito aberto e numa reação estranha à noradrenalina que me fez pensar: “Como eles vão sobreviver sem mim?”. Uma mistura curiosa entre a frugalidade de achar que meus próprios ensinamentos não teriam sido suficientes e a presunção de achar que a sobrevivência deles estaria atrelada à minha. Respirei. É claro que as mães não deveriam morrer. Nunca. Muito menos numa fase ainda tenra, como no caso do meu filho. Seria uma pena. Mas, olhando bem e com uma certa dose de resignação, penso que eles dariam conta do recado. Sim. Eles sobreviveriam lindamente, afinal, corações também batem fora do peito." Eu amo ser fotógrafo de pessoas reais e suas histórias que me ensinam tanto, a fotografia só ilustra tudo que é vivido e sentido.
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Certo dia recebi essa mensagem:
"Meu pai é agricultor, mexe com lavoura de batata. Queria muito algo que remetesse isso, tenho muito orgulho. Uma foto que juntasse com a Medicina".
Logo me veio na cabeça Quincas Borba. Mais do que nunca, ao vencedor, as batatas...
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Quando crianças, quatro irmãos pobres sempre seguiam a mesma rotina, ao sair de casa para algum lugar com seus pais, o pai dos meninos, que era Barbeiro, sempre cortava o cabelo dos seus quatro filhos. No dia do casamento deste noivo, o pai que faleceu ainda quando os meninos eram adolescentes, não estava mais presente. Então, o irmão mais velho que decidiu seguir a profissão do pai para ajudar a sustentar a família, até que todos se tornassem adultos, no dia do casamento de seu irmão decidiu trazer a lembrança deste momento. Ele pediu que o irmão se sentasse, tirou do bolso uma tesoura e simulou aquele momento em que vivenciaram juntos tantas vezes, lembrando a pobreza, as vida tão simples, o carinho do pai, trazendo as lagrimas o irmão neste dia tão importante.
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“De que me adianta viver na cidade, se a felicidade não me acompanhar?”
(Trecho da música "Saudade da Minha Terra" de Belmonte & Amaraí)
Esses versos cantados com tanto amor ainda ecoam vívidos em mim, e hoje me pego perguntando de que me adianta tantas conquistas sem você aqui pra compartilhar?
Mas ao mesmo tempo, o tamanho da saudade faz lembrar que o amor era gigante e a conexão criada pela música te mantém vivo em cada saudosa nota tocada no velho acordeom.
Palavras de sua neta Juliana Silveira
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CARTA ABERTA PARA A MINHA AVÓ
Quando a minha avó se foi, uma parte de mim se foi também. Um pouco da minha infância, mas tanto da senhora também ficou. Ficou comigo, está bem aqui, bem aqui dentro. Eu sinto saudades, mas olha, é uma saudade boa. Não quero voltar para esse tempo, apesar de sentir até o cheiro, mas se penso em voltar, perco tantas coisas da vida de hoje.
A vida é linda por isso: porque passa! A vida explica tudo, ela é o motivo! Ela é o princípio, o meio e o fim. Hoje consigo entender que tudo são ciclos, alguns se fecham para que novos se iniciem.
Mas as raízes, ah, as raízes… Se forem profundas… Bem, elas sempre se sustentam! E daqui a pouco somos nós que iremos partir, mas terá valido a pena.
Sempre olhei para ela e imaginei que toda minha fortaleza estava ali. Ela ia à luta e nos ensinou a ir também. Ela era dona do dedo mais verde que eu já vi existir, tudo que ela tocava, florescia. Dona também de um dos corações mais simples que DEUS criou no mundo. Nos ensinou sobre dignidade, retidão e idoneidade. Sua ternura me confortava e sua alegria me preenchia, principalmente na simplicidade da vida. Sua casa era um pedacinho do céu, mal sabia que um dia você ganharia um céu inteiro.
Com minha avó aprendi que a vida é simples, mas não fácil
Linda, mas frágil
Breve, tão breve.
Aprendi sobre força, coragem e independência.
Aprendi que devemos pedir, sabendo e conhecendo a Quem pedimos.
Aprendi a ser amiga de DEUS.
Um Deus que foi além das estatísticas, operou o sobrenatural e me mostrou que, na verdade, eu nunca estive sozinha
ELE sempre esteve ali.
E como já dizia Tom Jobim:
"Vou te contar, os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor."
Texto escrito por sua neta Fernanda Fernandes
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Nos seios, as veias que pulsam e são como os rios que cruzam e levam vida para um país inteiro.
O corpo de uma mãe é um resumo da natureza e carrega em si a capacidade única de amamentar, prover e alimentar, com amor e nutrientes tudo aquilo que uma pessoa recém-chegada precisa para viver.
Amamentar é revolucionário, conecta e transborda vida.
Saltam veias, olhos e coração. Demonstração de força, afeto e aconchego, onde há tranquilidade e calma até em um momento tão visceral quanto angelical.
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Essa família de médicos é, sem dúvidas, um exemplo de tradição, dedicação e paixão pela medicina. A história começa com o patriarca, Dr. Edgar B. Peleja, que foi o primeiro de toda sua família a estudar medicina. Com muito amor e comprometimento conseguiu se formar na turma 25 de medicina da UFG em Goiânia. Através de uma carreira brilhante, inspirou todos seus quatro filhos a seguirem seus passos. E assim um por um se formou na mesma faculdade. A filha mais velha na turma 55, o segundo filho na turma 56, a terceira filha na turma 58 e a caçula na turma 60.
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Um olhar misterioso que me desperta um desejo de desvendar alguns dos seus segredos.
O seu olhar também me revela carência e um grito contido de socorro, que me faz querer te tomar em meus braços, te pedir que me deixe ficar ao teu lado e me deixar cuidar de você, cuidar das feridas e das mágoas que talvez a vida lhe causou. O que quer dizer com esse olhar, tão sincero e profundo, hein menina? Por que me olha assim, parecendo triste, querendo expressar algo que ainda não compreendi? Eu preciso ir, mas não quero ir! Eu preciso saber pra te fazer sorrir, se eu conseguir, será você e eu feliz!
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Quando um bebê nasce sempre esperamos ouvir o seu choro. É algo que habita o imaginário do nascer. O choro do recém nascido.
Pouco falamos sobre o choro da recém nascida mãe. O choro que vem depois do medo. O choro de alegria. O choro de esperança. O choro de alívio.
O choro da certeza que deu tudo certo. As lágrimas de que uma nova mudança está acontecendo na vida, uma mudança permanente. Uma nova mulher nasceu. Uma novo caminho será trilhado.
E mesmo não sendo mãe de primeira viagem, toda nova gestação e todo novo nascimento abre o portal em que a mulher faz uma travessia para se redescobrir mulher.
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A BAILARINA
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Cecília Meireles
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“De todas as coisas incríveis que já fiz, consegui e aprendi nesse mundo, que não foram muitas, não há dúvidas de que a mais intrigante é o crescimento de uma vida. Gastei 27 anos pra plantar minha primeira muda na terra e, hoje, com 30, já colho limões suculentos e maduros. Claro, tem que regar todo santo dia, combater as pragas, podar, eliminar a mato-competição. Com quase 3 anos de idade já, essa vida é essencial no quintal de casa e faz sucesso nas festas.
Quando a Nina vai dormir, eu sempre martelo o ritual de toda manhã com 5 coisas imprescindíveis: tomar a balinha e a bombinha (Piemonte e Clenil. Malditos problemas respiratórios hereditários!), escovar os dentes, dar comida pro Ozzy e tomar café. Se não for exigir demais, vou introduzir regar os pés de limão, jabuticaba e acerola do quintal. A música dela preferida pra dormir é Do What You Gotta Do, da Nina Simone.
Esse ano vamos pro Japão. Mais uma viagem internacional e não vou conhecer a neve! Tudo bem, a Nina vai conhecer a Disney. E vamos reencontrar a Mikhaila na Austrália!!! Lá vai estar quente e úmido no meio do ano. Talvez a respiração da Nina até melhore lá.
Em 2000-2001, estudei numa escola agrícola, em Florestal-MG. Nunca calcei uma botina! Nunca montei um cavalo! Aprendi a fazer inseminação artificial em vacas e a fazer enxerto em mudas de limão e laranja. Nunca pratiquei. Esse limoeiro aqui de casa nem foi plantado 100% por mim! Que vergonha. Mas em Florestal aprendi a respeitar a vida, com um professor e filósofo humanista. Isso eu sempre pratiquei.
Caramba, quem vai regar nosso pé de limão na seca de junho?
Nina Simone tem a música e a voz perfeitas pra me fazerem sofrer. Mas isso foi em 2006. Essa mesma música hoje arranca o sorriso mais lindo que este mundo já viu e me dá a maior sensação de felicidade que renova toda noite quando faço a Nina, a minha, dormir.
"Home, home again, I like to be here when I can."
E pra 2016 preciso de mudanças. Tenho algumas vidas de 3 anos pra cuidar, países pra conhecer, contratos pra fechar, amigos pra visitar, saúde pra cuidar, uma mulher pra amar.”
Dois meses depois deste texto, em março de 2016, comprei minha primeira câmera fotográfica para registrar o crescimento da minha filha, esse pezinho de limão aí da foto.
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As crianças trazem uma genuína emoção e inocência para os momentos de casamento. Seus abraços sentidos e expressões espontâneas são capturados pelo fotógrafo, criando fotos únicas e emocionais. As lágrimas de noiva também são um momento importante para serem capturadas, pois representam a emoção e a felicidade do dia. A fotografia documental é importante para criar um legado de gerações, pois registra esses momentos genuínos e emocionais de forma autêntica. As fotos servem como uma recordação viva do dia do casamento e da história da família. Além disso, a fotografia documental permite que as pessoas revivam esses momentos especiais e relembrem a história da família através das gerações.
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Além do que os olhos podem ver
O nome até que é bonitinho. AME. E no fundo é disso mesmo que se trata. AMAR. Amor de mãe, amor de pai, amor de toda uma rede de apoio que aos poucos se forma no entorno. Mas neste caso, diferente de outras histórias de amor, esta é coagida a todo instante pelo medo. Pelas incertezas. Pelas difíceis, metódicas e exaustivas lutas diárias.
Com essa imagem, quero me despir de qualquer eventual mérito de estar na galeria premiada (caso aconteça) e fazer-lhes um convite à reflexão:
Podemos utilizar nosso trabalho para dar mais voz à milhares de famílias que gritam por socorro e pouco são ouvidas...
Acesse o instagram.com/ame_anna2019 e conheça sua história. Veja como com simples atitudes você pode fazer muita diferença na vida dessa família. Procure por diversas outras "Annas" que dependem de algum tipo de ajuda para sobreviver ou ter o mínimo de qualidade de vida, e muitas vezes são pequenos gestos (muito menores do que imaginamos) que fazem toda a diferença.
Que saibamos utilizar nosso talento para fazer a diferença positiva na vida de outras pessoas, sem esperar nada em troca. E temos tantas formas de fazermos isso com a nossa fotografia: Alguns pequenos exemplos: oferecendo nosso trabalho para divulgação de uma campanha de solidariedade. Sortearmos um ensaio para doadores dos mais variados tipos: de sangue, de leite materno, de alimentos não perecíveis para alguma instituição etc. Esses bancos de doações estão sempre precisando de doadores. E um ensaio fotográfico pode ser um incentivo à mais para atrair doadores.
Mas olha, se esse texto te tocar de alguma forma, se você sentir que deve retribuir um pouquinho ao mundo tudo de bom e todos os privilégios que tem, faça e faça com muito amor e com a mesma dedicação que você faria em um trabalho pago. Que seja um sentimento genuíno de gratidão e um exercício de cidadania e empatia. Experimente. Ser altruísta movimenta uma onda de amor... e todo amor que a gente emana, de alguma forma acaba voltando pra gente. Mas não foque muito nessa volta. Pois muito provavelmente esse amor já até chegou até você e você nem se deu conta do quanto.
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Memórias octogenárias
Guardamos as lembranças no peito e as histórias estão (quase) todas lá. Nas feridas abertas pela longevidade, sem estanque, finda-se silenciosa e lentamente a biografia de algumas gerações de uma família que atravessou o atlântico para tentar uma nova sorte em tempos de guerra.
Paz... É o que testemunharam essas paredes octogenárias construidas por muito suor, sacrifícios e determinação.
Mas o tempo é implacável. E tudo o que aconteceu alí um dia, hoje ecoa no silêncio do abandono...
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O OLHO QUE TUDO VÊ...
O quão imersos e reféns estamos da tecnologia?
É assustador o avanço tecnológico das ultimas décadas e a constatação do caminho que estamos trilhando.
Dormimos e acordamos com milhares de estímulos em telas. O imediatismo das mídias sociais estão tirando nossa humanidade. Nossa apreciação ao tempo e as pequenas coisas da vida. Os algoritmos estão pouco a pouco (ou seria muito a muito?) nos encapsulando dentro de bolhas de interesses e prazeres e a sensação é a de que quanto mais o tempo passa, mais intransponível vai ficando essa bolha. E o mundo real passa a não ter tanta cor. É tudo forjado para suprir nossas necessidades sensoriais e cognitivas ali, na tela. A falsa sensação de suprimento de nossos desejos acaba na verdade aumentando nossa ansiedade e frustração. Na tela, a vida de quase todo mundo é perfeita e plena. Na tela, não tem muito espaço para os defeitos que todos temos. A perfeição é despejada em nosso subconciente e quando enfrentamos nossa realidade e tentamos aplicá-la, acaba sendo um choque muito grande de realidade que a tela acaba nos anesteziando novamente e nos sugando cada vez mais para dentro da bolha...
E assim a sociedade vai sendo controlada.
Melhor nem pensar no desfecho desse avanço e do uso disso por parte de quem domina esse avanço. Vou ali olhar minhas notificações no celular, até mais...