Desde pequeno meus olhos brilhavam nas festas de final de ano, não pelos presentes, mas porque meu tio Dimas (Dimas Guedes), o fotógrafo, ia chegar e trazer consigo além dos primos mais velhos a sua câmera fotográfica. Carregava uma bolsa com várias lentes e uns potinhos pretos com filmes 35mm. De vez em quando ele reunia a família no passeio da casa, e colocava a câmera do outro lado da rua sobre um tripé, e corria pro meio da gente, e como num momento mágico, a câmera tirava a foto sozinha. Eu nunca entendi como aquilo era possível, mas um dia eu sabia que iria entender tal coisa.
O tempo passou e aquele menino de olhos atentos mudou pro lado de lá da câmera. Hoje, fico tentando entender como alguns nobres mortais que tenho como referência na fotografia (se eu fosse citar cada um deles esse texto viraria um livro), consegue captar imagens que transpõe a composição e a realidade, e conseguem revelar sentimentos sem uma só palavra ser ouvida, como se pudéssemos sentir o cheiro daquele lugar, o calor ou o frio que aquela foto revela. Gosto de ler, livros nem tanto, um por mês me basta, mas fotos… as fotos, isso eu gosto de ler, entender, decifrar, desvendar a luz, a direção, o brilho e a escuridão que cada imagem nos mostra ou nos esconde. Esse sou eu, meio confuso no que digo, mas decidido no que faço.
É meu jeitinho mineiro de ser. Por mim mesmo, Bruno, mineiro e ubaense, fotógrafo de momentos felizes, casado com a mulher mais linda que meus olhos já viram, pai da mais adorável criança, cristão apaixonado por Jesus, pastor e futuro morador do céu.
“Minha família me ensinou que um homem precisa de uma família pra viver”