Este é sem dúvida meu concurso favorito. É delicioso ler as histórias, ser tocado por elas.
Este é um concurso onde os números dos relatórios não dizem muita coisa. Seria preciso ler cada palavra junto comigo, para que vocês entendessem as notas e as escolhas.
Vejo esse concurso como uma oportunidade dos fotógrafos desenvolverem melhor uma outra forma de arte: a escrita. É possível, tal como na fotografia, tocar, emocionar, guardar momentos, contar histórias, através do texto. Juntar a fotografia e a escrita é uma combinação poderosa.
Recebemos um total de 481 imagens, dentre estas, apenas 41 imagens foram premiadas. Parabéns a todos os ganhadores! Vocês foram capazes de tocar o nosso coração com esta dança entre texto + fotografia.
Agradeço de coração a todos os participantes. O membro que desejar poderá solicitar o relatório de votos pelo email fineartassociation@gmail.com.
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Assim nasce Sol!
Ide tempo...
Si...
Sá...
Sibila solta Só.
Quebra-vento
Quiçá meu tempo.
Algures há
Silêncio.
Mo-vi-men-to!
Nasce Apolo dos seios pontudos de Gaia.
Dança levíssima-iridescente linda bailante.
A única coisa lembro:
Nada.
Nada tempo e vento e natureza púrpura e tecido.
Nada.
Pedro Ivo Cipriano
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O meu Gabriel é autista, e durante a quarentena está tendo vários acessos de saudade da sua antiga rotina: ir para escola, as terapias ou simplesmente passear. Qualquer mudança de rotina na vida de uma autista causa um grande desconforto. Logo na primeira semana de isolamento, ele acordou em um sábado querendo ir para escola, estava inconsolável, chorava muito e fazia birra. Sabendo que ele ama jogos e filmes de cowboy, pedi a minha esposa para arrumá-lo, iríamos fazer umas fotos. Depois de vários cliques e tiros de mentirinha, com ele já cansadinho e molhado de suor de tanto brincar e fazer poses de cowboy, sentou-se no meio fio e me olhou sorrindo. Dificilmente um autista faz contato visual. E esta foto, dele sorrindo e olhando diretamente para a câmera, é uma raridade. Como fotógrafo profissional sinto que tenho que dar o melhor para os clientes, fazer fotos que são obras de arte, capturar momentos incríveis e emocionantes. Quem sabe ganhar premiações ou indicações para futuros clientes. Devo também me capacitar, viajando para longe de casa na busca pelos melhores workshops e congressos de fotografia. Nunca imaginei que um simples olhar acompanhado de um tímido sorriso, causaria em mim a sensação estranha de felicidade, dever cumprido, como pai e fotógrafo, mas, ao mesmo tempo, surgiu em mim um sentimento de culpa e tristeza. Culpa por não passar mais tempo com ele. Não fotografar mais a minha família. Não passar mais tardes preguiçosas assistindo desenhos, comendo pipoca, rindo e respondendo as mil e umas perguntas que as crianças de 5 anos costumam fazer. O mundo parou, por um motivo terrível, porém acredito que precisávamos desacelerar. Viver um dia de cada vez. Ficar, literalmente, trancados com aqueles que tanto amamos.
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Faz muito tempo que eu fotografo retratos em favelas. Esse talvez seja um dos mais emocionantes que eu já fiz. Porém nada tem a ver com a foto em si, mas sim o quanto eu pude aprender com o seu Ademar. A experiência de fazer retratos de pessoas me ensinou a criar empatia e, para isso, aprendi que é preciso se expor. É só dessa forma que construímos a confiança necessária para apontar a câmera para alguém, sem ser invasivo. Seu Ademar morava na Favela Dona Marta. Eu o encontrei sentado na porta do seu barraco, às 8:30 da manhã de um domingo. Parecia um lagarto, reverenciando o sol e deixando que os raios da manhã penetrassem nas curvas e rugas do seu rosto envelhecido. O meu “bom dia” lhe causou surpresa. A expressão de quem não está acostumado a receber atenção, muito menos um ouvido atento em ouvir seus “causos”. Estas são pessoas largadas à margem da sociedade. Sai feliz desse encontro. Foi especial conhecer um pouco da vida de alguém que é tão diferente de mim e que parece viver em um mundo paralelo ao meu. Tive a certeza de que toquei positivamente a sua vida e que compartilhamos, por breves momentos, uma convergência de interesses. Cerca de uma semana depois, eu voltei para dar a ele um presente. Levava comigo uma boina, pois meu amigo havia me confessado o quanto ele apreciava o adereço. Infelizmente não o encontrei. Seu Ademar havia sido internado e faleceu pouco tempo após essa foto, para minha profunda tristeza. Criar empatia e se abrir ao outro nos torna vulneráveis. Olhar para as pessoas de forma genuína nos permite perceber o quanto podemos aprender, amadurecer, amar e olhar para dentro de nós e também ressignificar nossas próprias dores. Eu acredito que só através do olhar sincero podemos acessar um lugar profundo, do qual muitas pessoas passam a vida inteira evitando chegar perto. Esse lugar é dentro de nós. A fotografia, pra mim, vai muito além do registro de um momento ou de um evento festivo. Ela é uma forma de me comunicar com o mundo, de dar voz a quem não tem, de transgredir o status quo e de mostrar quem eu sou de verdade. Finalmente, a fotografia é uma oportunidade de me conhecer um pouco mais e tentar ser melhor como homem, amigo, marido e pai.
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Assim como Van Gogh, que se designou como "pintor camponês" e acreditava que a essência estava em ver o extraordinário na vida cotidiana, acredito que a beleza está oculta nos momentos mais simples. Graça e elegância emergem do caos quando você tem olhos para ver e coração para entender. Além do estereótipo, encontra-se a singularidade do retratado, capturado pela impressão do artista naquele momento efêmero. O que não é percebido nas ruas se torna distinto quando pintado em uma tela ou apresentado em uma fotografia.
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"Te encontrei quando mais precisei
Me ensinou o que é o amor
E me fez acreditar de novo em quem sou
Ter você é ter a mim mesmo
Me dando forças para seguir
Sabendo que nossos sonhos se encontram logo ali."
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O que mais prezamos na vida das nossas filhas é poder proporcionar experiências que possam levar para o resto das suas vidas, que possam ter um coleção infinita de boas lembranças. No primeiro acampamento da nossa família, não podia faltar o papai assando salsichões na fogueira para as duas pequenas famintas.
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INCERTO
De tão perto,
foi pra tão longe.
O que era incerto,
ficou certo,
de que não irá acontecer.
Não tão cedo,
Não agora,
Mas logo ali,
Não demora.
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Nesta imagem, as duas irmãs mais velhas gostariam de empurrar o irmãozinho no balanço, e diante da frustração de uma delas não conseguir, ela não conseguiu segurar o choro.
No meio da fotografia busca-se sempre a imagem de família perfeita. Mas junto a isso, me questiono: por que?
Crianças são seres fantásticos, que são incapazes de disfarçar seus sentimentos, e pra que fazê-lo?
Este retrato dos três irmãos não distorce a imagem das crianças, cada qual com seus desejos, alegrias e frustrações, juntos formando uma família perfeita, mas normal.
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O amor cresce de geração a geração. Nesta foto, o objetivo era registrar esta família, mas quanto mais espontâneo, maior a sensação de registrar o próprio amor.
A garotinha no colo do pai estava um pouco amuada neste dia, então todos se reuniram para conquistar suas risadas, e o resultado foi uma série de sorrisos sinceros. E quanto mais sinceros, mais bonitos.
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A Giovanna (a moça da foto) perdeu dois familiares no dia da colação. Eles sofreram um acidente vindo de São Paulo pro Rio. Ela decidiu ainda participar e manteve seu discurso de Homenagem aos Ausentes.
O Victor, o rapaz, não discursaria, mas como melhor amigo dela, levantou, pegou um copo da água e ficou ao seu lado, como sempre fez.
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Era dia do casamento, já havíamos feito as fotos do making of. Seguimos a caminho da cerimônia, e é perceptível a sensação das noivas, da quantidade de pensamentos que pairam na cabeça.
Quando ela subia a escada busquei retratar esse turbilhão de sentimentos.
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Esse foi o momento das bençãos ao casal, e ao fundo, a mãe da noiva, o que me inspirou a escrever.
"Que seja sincera a benção dada pelo coração e não por palavras.
Que abençoado seja essa união, que está abençoada aos olhos de Deus e dos homens.
E que agora dois feixes de luz, se unirá a formar um, a derrubar todas as barreiras da vida."
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“Casa da vó
Tem cheiro de café fresco,
colhido, torrado e moído
por aquelas mãos que
tudo o que tocava se
transformava em amor.
Tem cheiro de felicidade no ar
que não se perdeu no tempo,
e para sentí-lo outra vez
basta um passeio pela estrada
de terra batida que a memória
registrou.
Hoje com novas notas
na sua essência formando
o melhor perfume com cheiro de
felicidade antiga, intensa saudade
e eterno amor. “
Viviane Andrade
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Você já fez bolo, com uma criança?
Se, sim, tente se lembrar....
Na hora de quebrar o ovo,
Na hora de transportar as xícaras de farinha, do saco para o bowl,
Na hora de untar a forma...
Você interferiu?
Apressou para "auxiliar"?
Atravessou a lenta e imperfeita travessia da farinha?
Segurou a mão da criança, para evitar bagunça?
Disse...
" não, faz assim, ó..."
" não! deixa eu te mostar como se faz"....
" cuidado pra não deixar cair!! "
" ah, não! vai se sujar todo! Deixa que eu faço"
Ou....
Você apenas observou, pacientemente, a pró-atividade, a curiosidade e a determinação brilharem nos movimentos trêmulos, imperfeitos?
Estrangulando a ânsia de interferir?
Fechando o coração para a ansiedade?
Deixando o relógio correr solto?
Esta mão, estacionada no balcão, é o palco para o chef Antônio protagonizar seu show!
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Como argila, muitas mãos tentaram me moldar ao longo da vida. Eventualmente, endureci em um formato que, infelizmente, aprisionou minha verdadeira essência. Para que ela fosse liberta, precisaria quebrar o que me tornara, voltar a ser maleável para, então, me reinventar somente por meio de minhas próprias mãos.
É muito sofrido viver, quando suas ações são guiadas por um manual pronto e imutável, escrito por uma outra pessoa. Ninguém é igual a ninguém. Queria que as tintas se rebelassem e as vozes ficassem mudas, a cada frase iniciada por "você tem que..." " você deve..."
Não há manual pronto, nem universal. Cada um de nós segue escrevendo o seu, até o dia de sua morte. O melhor presente que um adulto pode dar a uma criança? Não dê a ela o seu manual. Esconda-o, ele serve apenas a você. Deixe-a livre e maleável para experimentar os moldes que quiser, até que ache, por si só, o que melhor abraça, com folga, sua essência.
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Essa senhora, frequentemente, trabalhava como vigia no estacionamento do verdurão que frequento. Um dia, chegando no estacionamento, percebo que junto dela estavam duas crianças -um menino e uma menina - bastante alegres, brincando no gramado ao lado. Curiosa, saio do carro e vou até eles. Seriam seus filhos? que idade tinham? estudavam? moravam onde? Conversando com eles, descubro que são seus filhos mais novos; o menino,com 8 anos, a menina,6. Moravam longe, "no Goiás", e estavam de férias da escola.
A felicidade das crianças me prendeu a atenção. Ao final da nossa conversa, quando perguntei se eles tinham alguma foto deles impressa, e eles disseram que não, me ofereci para tirar algumas e entregá-las impressas no outro dia. As crianças vibraram! Fui rapidamente até o carro pegar minha máquina e elas começaram a se exibir para a câmera! A cada estrelinha, perfeitamente executada, pediam para ver a foto no visor! O menino era super hábil fisicamente; dava cambalhota no ar, estrelinha com uma mão só e pedia, orgulhoso, para ver sua foto! A menina, bastante doce, se pendurava na árvore e me chamava para vê-la. Encantados com a atenção que estavam recebendo, exibiam, sem pausa, suas habilidades!
Antes de me despedir, sugeri um retrato dos 3 juntos. A mãe prontamente disse que não queria, que estava "feia", "desarrumada", tinha vergonha dos dentes que lhe faltavam na boca, que era melhor tirar foto só das crianças. Essas, por sua vez, adoraram a ideia e imploraram para a mãe estar na foto com eles. E ela fez o que nós, mães, fazemos diante de um pedido doce de um filho: cedeu. E sentaram-se no banco,que servia de apoio para suas "tralhas", e me deram esse retrato. O mais significativo que já fiz, pois revela silenciosamente a essência de cada um deles: O menino destemido, habilidoso e orgulhoso. A menina doce, que esbanja alegria e simpatia. A mãe tímida, protetora e amorosa.
No dia seguinte, imprimi as fotos e fui encontrá-los. O encantamento, os olhos incrédulos e os sorrisos largos, com suas imagens nas mãos, é o retrato que jamais quero esquecer.
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“Ana, quem não pode faltar nas fotos do seu casamento?”
E ela me respondeu: “A minha avó, mas por motivos de saúde ela não poderá ir. Podemos passar na casa dela depois que eu estiver pronta?”.
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O abraço que protege também pode sufocar. Ou o abraço que sufoca também pode proteger? Ser humano é pairar sobre a dualidade. Qual é o limite entre o que é bom e o que é nocivo? Tudo depende da perspectiva.
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Sempre me pego pensando no quanto nossa sociedade é pautada por padrões de certo e errado. Aceitável e não aceitável. E bem, eu não sou exatamente o tipo de pessoa que pautou a vida em seguir esses modelos que são impostos.
E se existe algo que eu aprendi na vida foi o tamanho da beleza dos modelos que a vida real cria, para além daquilo que a sociedade quer nos empurrar goela abaixo. E vejam só essa família-modelo: Mamães Erika e Mirian, com suas filhas Lorena e Teresa...
Se eu já vi história mais linda de amor e dedicação, não me lembro.
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A gente sabe de onde veio. Sabemos bem quem e o que nos antecedeu. Como podemos estar confortáveis em ver nossos ancestrais serem representados nacionalmente por uma meia dúzia de quem restou? Uma meia dúzia que conseguiu resistir ao rolo compressor pós contemporâneo do lucrar. Porque fizeram questão de não renunciar às suas raízes. Porque entendem que as origens de um país precisam, e devem, existir e resistir, nem que seja assim: desfilando em festa de congo.
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A pedido de um advogado, tive que fotografar a situação de moradia de uma casa onde moram três mulheres. O mesmo precisava das imagens para inserir em um processo de curatela da aposentadoria da matriarca e pensão das filhas, estas com problemas mentais. Ao chegar fui recepcionado por estas duas senhoritas que não responderam ao meu bom dia, tampouco me dirigiram uma única palavra, mas nem foi preciso, os olhares falaram por si.
Este foi um dos retratos mais difíceis que fiz em toda a minha vida. Ao chegar à locação fui tomado por uma sensação a qual não consigo descrever, por mais que tente. Após a captura desta imagem adentrei à casa e fotografei os demais cômodos com as mãos e pernas trêmulas e muitas, muitas lágrimas nos olhos.
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“Meu Deus! Para tudo! No dia mais especial da minha vida, uma presença inesperada que na minha lista de convidados! Será o nosso convidado número 1.”
Essas foram as palavras ditas pela noiva após ver essa foto que tanto representa para ela. A cachorrinha de rua invadindo seu casamento poderia ser visto como um problema por ela e para todos os que estavam presentes, mas para a noiva Rafaelle ter um animal, símbolo da fidelidade, passando em cima de seu véu tem um significado muito forte. Isso tudo porque ela é extremamente envolvida nas causas de proteção aos animais, fazendo parte de ONGs e dedicando boa parte de sua vida cuidando deles.
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"As praias desertas continuam
Esperando por nós dois
A este encontro eu não devo faltar
O mar que brinca na areia
Está sempre a chamar
Agora eu sei que não posso faltar
Porque tudo na vida há de ser sempre assim
Se eu gosto de você
E você gosta de mim"
Tom Jobim - As praias Desertas
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DESTINO
Com certeza você ja ouviu aquela música do J Quest:
Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás, oh oh
Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores (Melhores! Melhores!)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo, oh oh oh
Dizemos que nos conhecemos no MOMENTO CERTO das nossas vidas porque éramos pessoas com jeito forte, ‘brutos’, pessoas difíceis de lidar. E com o caminhar das nossas vidas isso foi mudando na gente e quando finalmente nos encontramos foi o MOMENTO CERTO das nossas vidas para assim podermos seguir a vida juntos com muito amor, companheirismo e cumplicidade. Então precisávamos de uma foto para eternizar este momento e esta história
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Sabe minha filha, vou fazer 88 anos e tô dura na queda! Essa Zezé é danada! Sabia que eu não tenho um rim? Tirei aos 80 anos! Eles acharam que era perigoso, mas tô aqui… boazinha! Zezé é dureza! Gostava muito de estudar, minha letra era linda! Já viste? No quarto ano fui a melhor da classe: eu e o Torreal. Minha mãe disse: “Estudar lá é coisa de menina, Zezé? Não quero saber disso! Já sabe escrever”. A Norberta era cabeça dura! Ai eu saí né, minha filha? O Torreal virou médico. Eu poderia ter sido médica. Conheci o teu avô aos 15. Ele queria me dar uma boa vida. E foi muita batalha! Ele na repartição e eu em casa. 9 filhos, todos na escola! Todo mundo estudou. Eu fazia questão! Perdi dois filhos e teu avô. Perder um marido é como perder um braço, dói, mas você vive sem braço…perder um filho é perder metade do seu corpo e ninguém vive só com metade… sofri muito, mas é a vida...tem que ser forte! Cuidei dos netos também. Foram 20! Isso aqui vivia cheio! Mas hoje fico aqui… muito tempo sozinha. Todo mundo tem sua vida…Solidão machuca, mas eu sou dura na queda, minha filha! Acordo todos os dias cedo pra cuidar do meu jardim. O jardim mais bonito da Pedreira, bairro do samba e do amor! 88 anos e ainda cuido do jardim, levanto cedo, corto ali, planto aqui. Ninguém se mete comigo! Às vezes teu pai quer se meter e digo pra ele que quem manda aqui sou eu! Às vezes eles ficam bravos com o que eu falo. Zezé é assim mesmo, minha filha! Dura na queda! Já te contei que não tenho um rim? O Dr. Conceição diz: Dona Zezé a senhora tá muito bem! E tô mesmo! 88 anos minha filha! Zezé é dureza!
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Marcas do que já foi. De um amor eterno, das crianças correndo, da mesa cheia, dos casamentos, dos netos nascendo, das vozes ecoando “ei vó” pelos corredores, das festas em familia, da comida que não acabava, do cansaço feliz de quem vivia cheio…cheio de vida, cheio de gente, cheio de amor. Marcas do que dói. Do amor que morreu, dos filhos que partiram… e dos que ficaram, do silêncio ensurdecedor, do vazio na sala, da companhia que não chegou, do café que não ficou pronto, da solidão. A solidão que te puxa pra dentro, que te faz esquecer, que te força a ser criança de novo. A solidão que tirou as cores, as vozes, a música e os sorrisos. a Solidão que ecoa na falta. A falta que tanto sobra!
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Da esquerda pra direita, minha avó Dalva, minha mãe Geralda e minha irmã Raíssa vendo álbum de fotografias.
Minha avó só recorda os momentos antigos por meio das fotografias e com muita conversa e paciência, devido ao estágio avançado de Alzheimer. Este álbum na mão da minha avó (que hoje tem esta própria foto inclusa) serve pra nos mostrar o quanto as memórias e as fotografias são importantes, tanto quanto os próprios momentos vividos.
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Nota do jurado: Um excelente registro histórico do momento em que estamos vivendo. A ideia de utilizar um drone para criar fotografias pela cidade foi incrível.
.....
Nestes tempos de isolamento, todos estamos sofrendo. Eu, como fotógrafo, além de não poder exercer minha profissão, também estou impedido de fazer o que mais gosto, que é interagir e fotografar pessoas. Bom, impedido em partes. Minha família não gosta muito de ser fotografada, por mais que eu insista, então não adiantou tentar documentar a rotina de casa. Mas por que não documentar a vida das outras famílias, sem mesmo sair de casa? Pois anunciei que ia entrar na casa das pessoas e mostrar a rotina das famílias e da cidade. Eu mesmo não fui, mas mandei o drone. Além de as crianças se divertirem com esse aparelhinho engraçado em cima da casa delas, também pudemos captar uns recados importantíssimos pra outras pessoas, como foi esse deixado pela Liliane e filhos. De uma certa forma, todos nos mantivemos conectados com essas visitas.
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Esse é o Jonathan e sua esposa Gleicy. Tive o prazer de conhecê-los quando estava fotografando em Aparecida do norte, para o meu projeto autoral Inexplicável Amor.
Sob um sol escaldante e sem proteção nos joelhos, Jonathan percorreu por intermináveis 2 horas os 392 metros de extensão da passarela do Santuário de Nossa Senhora de Aparecida.
Todo esse sacrifício, para pagar a promessa que fez e que com a ajuda de Nossa Senhora lhe dando forças, conseguiu realizar o sonho de ter sua casa própria.
Como ele mesmo diz "Eu sou um vencedor e quem acredita sempre alcança".
Sua esposa Gleicy mesmo sendo de outra religião, estava ali lhe dando todo o incentivo necessário, para que ele conseguisse seguir em frente metro após metro, não o deixando desistir. E eu como testemunha ocular desse grandioso gesto de gratidão do Jonathan, fotografei todo o seu percurso da maneira mais respeitosa possível, tentando demostrar para ele que eu estava ali com ele, não apenas como um fotógrafo, mas como um amigo, que por experiência própria sabia exatamente o grau de dificuldade do desafio que ele estava enfrentando.
Com a ajuda de Nossa Senhora de Aparecida, de Deus e de sua família, ele conseguiu chegar e cumprir a sua promessa.
Fico muito feliz e honrado de ter tido a permissão dele para fotografá-lo em um momento de tanta intimidade e agradecido a Deus por poder proporcionar um registro fotográfico inestimável para ele e sua família.
Deixo aqui um pequeno trecho do relato dele, sobre essa experiência em sua vida.
"Porque pra ser um vencedor você tem que ter amor, tem que ter fé.
Tem que ter sabedoria e luz. pois Deus é bom o tempo todo, e o tempo todo Deus é bom."
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Quando uma fotografia é capaz de levar o nosso pensamento ao longe, e nos faz imaginar quantas histórias de fé estão ali envolvidas.
A cada vela podemos sentir as orações para que os pedidos se realizem ou até mesmo a gratidão dos pedidos já realizados.
O mistério, para preservar a identidade da pessoa que tem todo o cuidado para que a chama de seu desejo ou gratidão se mantenha acessa.
Essa fotografia foi feita na sala das velas no Santuário de Aparecida do Norte, onde tive a honra de estar uma semana fotografando a fé, para meu projeto autoral INEXPLICÁVEL AMOR, que cada vez mais tem me encantado, pois é a maneira que consegui retribuir a Deus por esse maravilhoso dom que me foi concedido, a fotografia.
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O RETRATO DA GRATIDÃO
Estava em Aparecida do Norte, fotografando para o meu projeto autoral INEXPLICÁVEL AMOR, quando me deparei com esse senhor pedindo ajuda para as pessoas que ali passavam.
Sua simplicidade e a maneira gesticulosa com que ele pedia, me cativou, e logo pedi a ele se poderia fotografa-lo. E fui surpreendido em descobrir que ele não fala, por isso usava apenas dos gestos.
Tentei uma comunicação com ele, através de gestos também, para conseguir fotografa-lo. Mostrei a minha câmera e dei um joinha, e ele me retribuiu com outro. Me fazendo entender que não teria problemas em fotografa-lo.
E fiquei por pelo menos uma hora fotografando esse senhor. Algumas moedas ele ganhava, mas na grande maioria do tempo ele recebia nãos. Porém, para cada quantia que ele recebia, indiferente do valor, ele fazia esse gesto de agradecimento a Deus.
Fotografei por diversas vezes esse mesmo gesto de maneira documental, até conseguir um bom retrato, onde tudo se encaixava e que fosse digno da tamanha gratidão dele a Deus.
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Temos o pensamento de que as EXPERIÊNCIAS que proporcionamos na vida de nossas filhas, é e será INFINITAMENTE mais importante do que qualquer roupa, brinquedo, sapatos ou qualquer outra coisa material que possamos proporcionar para elas.
Pois em uma EXPERIÊNCIA há encanto, sensações e inconscientemente no futuro elas terão deliciosas memórias dos inúmeros momentos incríveis que viveram na infância.
Esse retrato, representa perfeitamente as nossas férias na roça e todo o encantamento delas com os cavalos.
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As três Anas: um retrato que certamente representa todo o amor que tenho pelas três das quatro mulheres mais importantes de toda a minha vida.
Compõem nessa foto cheia de inúmeros sentimentos, minhas filhas Ana Luiza, Ana Julia e minha amorosa e dedicada esposa e mãe Ana Beatriz.
Todas envolvidas em um delicioso, apertado e afetuoso abraço familiar. Onde todos os corações se tocam, as mãos se entrelaçam e de tão unidas podem sentir a respiração e os corações acelerados umas das outras.
Não canso de agradecer a Deus por me conceder o dom da fotografia, esse presente maravilhoso que me permite perpetuar momentos como esse na vida da minha família.
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Uma viagem no tempo, é exatamente esse o principal objetivo pelo qual fotografamos todos os momentos da nossa FAMÍLIA.
Posso imaginar em um futuro próximo, que cada vez passa mais depressa, eu e a minha esposa Bia velhinhos em nossas cadeiras de balanço em nossa gostosa varanda, vendo os álbuns de fotografia de nossa FAMÍLIA, tendo assim o poder de fazer essa DELICIOSA e SAUDOSA viagem no tempo, nos permitindo reviver todos os nossos deliciosos momentos em família.
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AMAMENTAR é um lindo ato de AMOR, pois exige muito das mães. Exige de seu tempo, seu corpo e sua imensa vontade de continuar amamentando.
Já me deparei com essa cena, inúmeras e inúmeras vezes, minha esposa Bia morta de cansaço sem conseguir se manter acordada e dormindo enquanto amamenta nossas duas filhas LuLu e Juju ao mesmo tempo.
Sempre fotografo, pois é uma cena tão forte para mim, porque demostra o quanto a Bia é guerreira. E guerreiro que é guerreiro não desiste nunca. Ela deseja amamentar nossas filhas o máximo que ela puder, e de certa forma é uma homenagem e dedicatória as mães que tanto querem amamentar seus filhos e não podem por vários motivos.
É incrível como um simples gesto pode desde cedo ensinar tanto a nossas filhas. Entre todas suas belezas e ensinamentos, o maior deles sem dúvida é a importância de DIVIDIR. E para nós é fundamental que elas aprendam esses VALORES o quanto antes, pois com certeza eles farão toda a diferença em suas VIDAS.
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É impossível falar de crianças sem pensar em meleca. Não tem jeito, a meleca sempre fez e sempre fará parte da infância.
E claro nós adultos sempre estamos corrigindo esse hábito e é inevitável nos sentirmos constrangidos quando essa cena acontece na frente de outras pessoas.
Como na ocasião dessa foto, onde eu estava fotografando a família Borges Mota, para meu projeto "MEMÓRIAS DE UM DIA" onde a menina Maria estava assistindo desenho e automaticamente estava limpando o salão para a festa mais de tarde. E a sua avó quando viu a cena, ficou super sem jeito. Instantes depois mostrei na câmera mesmo para a Roberta mãe da menina Maria, que é super descolada e ela adorou e caiu na gargalhada.
Sempre busco fazer fotografias que cause sensações, expressões e emoções nas pessoas. Pois acredito que com isso, de fato a fotografia tem algo a mais.
O mais bacana de tudo é saber que daqui a alguns anos, quando a menina Maria estiver mais velha e namorando, certamente sua mãe vai trazer o álbum do "Memórias de Um Dia" dela, para seu namorado ver, e lógico, enchê-la de vergonha.
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Se tem uma coisa em que eu sou apaixonado nas crianças é a sensação de liberdade que elas inspiram.
Vê-las correndo enche meu coração de felicidade. Liberdade na qual é tão fundamental na infância de toda criança, mas que infelizmente muitas não são permitidas o direito de te-la, por diversos fatores.
Liberdade para brincar, para se expressar. Liberdade para ser de fato uma criança.
É intuitivo na minha fotografia eu querer demostrar esse movimento pelo qual sou loucamente apaixonado. Permitindo assim que a imagem crie asas, e ultrapasse as barreiras das telas e do papel na qual a mesma é apresentada. Levando esse grandioso sentimento no mais íntimo dos corações.
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Nunca imaginei que um dia poderia ser um fotógrafo. Não tive incentivo de ninguém, e foi completamente um acaso, mas com certeza estava tudo nos planos de Deus.
Após a conclusão de um curso profissionalizante, fui estagiar em um laboratório fotográfico e simplesmente me encantei com a possibilidade de viajar o mundo venda aquelas fotografias que eu revelava.
Juntamente com esse encantamento, veio a curiosidade de experimentar como era fotografar.
Experimentei e gostei, mas não me apaixonei. Até um primo querido anunciar seu casamento, e eu me oferecer sem compromisso para fazer umas fotos, e resolver presenteá-lo com um álbum.
Ao receber o álbum, sua esposa se emocionou lindamente, com direito a lágrimas e mais lágrimas. E naquele exato momento eu soube o que eu queria fazer na minha vida. Que era proporcionar aquela emoção para as pessoas.
Tudo bem, mas o que isso tem a ver com essa foto? Tem tudo a ver na minha opinião! Claro que incentivar as nossas filhas a ser fotógrafas é algo que acontece o tempo todo e inconscientemente. Pois elas certamente serão o reflexo de quem nós somos, fotógrafos apaixonados pelo nosso trabalho. Impor que elas serão fotógrafas é completamente diferente e vai contra a todos os nossos valores. Pois tudo o que mais queremos que elas sejam quem elas desejarem ser. E escolham uma carreira ou sejam escolhidas por ela, assim como eu, que acima de tudo as façam felizes.
Sempre estaremos aqui para dar a elas toda a direção e apoio que elas precisarem nessa vida.
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Fiz o ensaio para a Bodas da Ceia e do Pedro, que também é fotografo. Rolou uma energia incrível neste dia, muitas risadas e um ambiente super leve. Mal sabíamos que pouco mais de dois anos após esta sessão de fotos, o casal perderia a Mariana (a última da direita) vítima de câncer. A Mari deixou uma lição valiosa para todos: Viva intensamente, só se vive uma vez.
A Milena irmã da Mariana me falou a seguintes palavras sobre o que essa imagem representa para ela:
“Ao parar para pensar no que essa foto representa para mim, eu simplesmente consegui ver o que realmente somos e sempre fomos. Lembro-me perfeitamente desse dia, desse momento! Um dia cheio de lembranças e momentos especiais guardados para sempre. Me lembro, que o Rafa falou para nós nos abraçarmos, e surgiu aí, um abraço, um carinho, muitas risadas. Mas, muito além que isso, surgiu, uma lembrança para o resto da nossa vida. Na época essa foto valia muito para nós, mas hoje, não temos nem como mensurar o valor dela. Essa foto, é uma lembrança, de amor em vida, do significado de família, de amar. Essa foto, paralisou a melhor fase de nossas vidas, para sempre, essa foto, com certeza estará nos álbuns que eu mostrarei para os meus filhos. Quando a saudade da mana bate, essa foto é uma das primeiras que eu abro, pois esse dia foi tão especial, e ela tem um valor tão especial, que é impossível de descrever.”
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Quero contigo ter a pureza de ver nas miudezas, a simplicidade de estar ao seu lado.
Junto a ti, quero experimentar manhãs de nascer do sol.
Quero decifrar os sons dos pássaros ao nascer do dia e reinventar o significado do silêncio.
Quero pés descalços, desenhos na areia e sonhos a trilhar.
Quero brisa no rosto e sorriso largo no rosto.
Junto a ti, não seremos dois singulares, mas um plural.
Não teremos duas histórias, mais um livro inteiro.
Quero de mãos dadas, te levar para os meus mais puros sentimentos.
Desejo, junto a ti, enfim, a habilidade de encontrar a paz.
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Quando minha filha Amelie tinha pouco mais de 2 anos, ela gostava que eu a colocasse dentro do guarda-roupas onde tinha uma caixa com uma série de fotos impressas. Ela já havia feito isso muitas e muitas vezes, mas nesse dia eu resolvi pegar a câmera e acompanhar um pouco. A foto que ela segura é talvez a mais importante da minha vida, feita pela minha esposa no primeiro dia em que Amelie estava em casa. Ela havia nascido prematura e passou 21 dias na UTI neonatal. Teve uma série de complicações, mas venceu cada uma delas. Dentro desse guarda-roupas ela se transporta, tal qual os aventureiros de Nárnia.