Este é sem dúvida meu concurso favorito. É delicioso ler as histórias, ser tocado por elas.
Este é um concurso onde os números dos relatórios não dizem muita coisa. Seria preciso ler cada palavra junto comigo, para que vocês entendessem as notas e as escolhas.
Vejo esse concurso como uma oportunidade dos fotógrafos desenvolverem melhor uma outra forma de arte: a escrita. É possível, tal como na fotografia, tocar, emocionar, guardar momentos, contar histórias, através do texto. Juntar a fotografia e a escrita é uma combinação poderosa. Parabéns a todos os ganhadores! Vocês foram capazes de tocar o nosso coração com esta dança entre texto + fotografia.
Agradeço de coração a todos os participantes. O membro que desejar poderá solicitar o relatório de votos pelo email fineartassociation@gmail.com.
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Poema a Cartagena
“Ciudad nativa triste, ayer reina de la mar“. Así definió el poeta cubano José María de Heredia a Cartagena de Indias, la ciudad amurallada del Caribe colombiano que ha saqueado los corazones de tantos poetas, como ella misma fue saqueada por los piratas que venían de los mares a robarse su riqueza.
Foto feita depois de navegar nas águas do Caribe, num final de tarde, regressando a Cartagena das Indias, cidade mágica na Colombia.
Difícil é descrever o que se sente em Cartagena, mas sua beleza é única.
E a foto do barco com pessoas felizes traduz o clima do local, que me faz lembrar um pouco da nossa Bahia.
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FINALMENTE MÉDICA.
Em Buenos Aires, quando alguém de forma na faculdade, na última prova, os amigos e a família esperam por esse recém formado para fazer a RECEBIDA!!
A RECEBIDA consiste em deixar o formando tão sujo de tintas a fim de comemorar a conquista. É um ritual muito antigo que se perpetu ao longo dos 200 anos em que a Universidade de Buenos Aires existe.
Imaginem que temos 40 mil alunos brasileiros lutando pelo sonho de ser médicos na Argentina.
Pessoas que deixam o Brasil e suas famílias em busca de uma oportunidade que muitas vezes é impossível no nossos país.
Cada vez que fotografo uma 'RECEBIDA" de médico brasileiro na Argentina sinto meu coração pulsar e me enche de orgulho pensar em toda a trajetória desse imigrante que venceu.
O meu povo me emociona.
E nesse momento, honro minhas duas pátrias. Brasil e Argentinas juntos pelos benefício da humanidade!
Sem contar que é um momento divertido pra todos porque é um respiro depois de anos de esforços e sacrifícios!
VIVA OS MÉDICOS!!
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Balada de Lisboa
Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo
Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Nas manhãs da tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente
Esta é a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais.Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem
Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém
Manuel Alegre, in Babilónia, 1983
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A prática de pular a ponte, faz parte da história de Casa Nova-BA.
Em uma das minhas andanças até lá, pude fotografar diversas pessoas, pulando ao mesmo tempo, criando uma silhueta interessante de cada integrante do salto. Uma fotografia única e impossível de se repetir.
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Nos meses de maio, os sertanejos comemoram o seu dia com uma grande cavalgada pelas ruas da cidade de Casa Nova-BA. São diversos os moradores do interior, que mantêm vivas, as práticas centenárias da vaquejada e manejo dos animais. Um estilo próprio de conduta. O sertanejo faz questão de utilizar o chapéu de couro, muitas vezes feito com o couro do bode.
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A fotografia é a última voz do espírito humano. Pode ir além da linguagem, além da idade e da cor.
Pode tocar diretamente a mente e o coração de todas as pessoas.
Se não houver luz, será sempre um sonho ou sua imaginação.
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Os meus retratos buscam trazer à tona personalidades esquecidas ou reprimidas, aquelas partes que a sociedade disse que não eram adequadas, aquilo que foi aprisionado porque rotularam de feio e julgaram impróprio.
Ao dar vazão a essas personalidades, a mulher se liberta de tabus, traumas e preconceitos. Ela sai da ilusão da separação e permite que o coração se abra para a beleza e a inteireza do Ser. Ao reverenciar o Sagrado Feminino dentro si, a mulher reivindica o seu poder e pode, enfim, afirmar para si e para o mundo: Eu sou livre.
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A vida é um permanente ir-e-vir. Uma estação de onde os trens embarcam e desembarcam em curtos espaços de tempo. É nesse ínfimo intervalo entre a partida e a chegada que algumas pessoas saem da nossa história, enquanto outras entram com a sua meta determinada. Temos a pretensão de impor as nossas vontades e deixamos de entender que as despedidas, como os encontros, são etapas imprescindíveis à abertura e ao fechamento dos ciclos por que temos que passar.
Aíla Sampaio
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O maior inimigo da criatividade é o bom senso.
Pablo Picasso
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A fotografia é algo incrível que faz a história acontecer diante de nossos olhos registrando todos os acontecimentos, as emoções, os risos, as lágrimas. Como fotógrafo, colocamos todos como parte da história de quem nos contratou. Entretanto, nós que registramos tudo isso, muitas vezes somos invisíveis e deixamos de estar nesse capítulo tão importante por justamente estarmos preocupados em eternizar tudo e a todos com maestria. Mas, somos realmente parte da história? Ou apenas somos escritores, pintores, enfim, simplesmente contamos a história em imagens?
Essa imagem, qdo a fiz, foi justamente para fazer parte da história enquanto contada e através de um reflexo que nos diz o quanto o resultado do nosso trabalho através de nossas imagens podem mostrar nossas angústias, dores, alegrias, medos, ou nada mais do que nossa forma de ver a vida.
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Quem sou eu? Esta imagem foi a forma com que eu consegui ilustrar minhas raízes, minha base. Estas mãos retratam minha árvore da vida: eu, minha mãe e meus tios que me criaram.
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Me interesso pela fé, pela religiosidade e por toda beleza que envolve os rituais. Depois de 2 anos de pandemia e distanciamento social, as pessoas voltam às ruas para suas celebrações. Essa imagem foi feita na Sexta-Feira da Paixão na Procissão do Enterro em Itamogi MG - Abril 2022.
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Eu acredito que quando desejamos algo para nossas vidas, esse algo acontece no momento certo que tem que acontecer. Essa imagem representa um momento de uma festa de casamento e eu estava ali, trabalhando com dores no corpo, exausto por saber que eu estava com mais uma pedra no meu rim. Não desejo essa dor a ninguém, é horrível. E por alguns minutos, me sentei ao chão quase chorando de dor e tentando de todo jeito para que ninguém percebesse que eu estava ali, passando mal, fiquei com a câmera nos meus olhos "fingindo" que estava fotografando. Ao mesmo tempo, essa menina corria de um lado para o outro com uma energia incontrolável. Nesse momento, pedi a Deus para que aliviasse a minha dor e desejei um momento inédito naquele momento para eu continuar fazendo o meu trabalho de maneira singular. Foi quando de repente, essa menina saltou e consegui pegar esse instante. Vibrei tanto naquela hora, que por alguns segundos, esqueci da forte dor que eu estava sentindo. Me levantei e terminei de fotografar o casamento com essa imagem sendo uma das últimas fotos daquele dia. Cheguei em casa e com muito sacrifício, consegui expelir o cálculo (pedra) renal pela urina. Chorei de alívio e felicidade! Toda vez que vejo essa imagem, penso que Deus sempre está conosco nos momentos mais difíceis e que Ele é capaz de aliviar a nossa dor no mesmo instante que desejamos isso.
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As minhas mãos são moinhos de vento
Que moem incertezas
Saciadas momento a momento
Por avalanches de sonhos e fraquezas.
No papel em branco baloiçam
Correndo, correndo sem destino
Às vezes lhes peço que me oiçam
No tempo partem cada vez com menos tino.
Nunca sei o que as move
Voam, voam como pássaros loucos
Numa ânsia que até me comove
Por vê-las a morrer aos poucos.
São como flecha estes meus dedos
Neles solto meus olhos de menina
E no soltar dos meus segredos
Fico assim gaiata, traquina.
Solto palavras nesta folha em branco
E a saudade me baila na memória
Abro as portas ao meu sorriso franco
E vou desfiando o terço da minha história.
Sem paragem, entre a saudade e o que me dá frio
Fica o testemunho dum longo passado
Nas veias o sangue corre ainda como rio
Chegando à foz, dum coração, com a vida reconciliado.
Rosafogo
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Olhos nos olhos
e o sorriso nos lábios
A pressa das mãos
se encontrarem nas costas
Um único peito
batendo descompassado
Os sentidos vibrando
- como sei que gostas -
O beijo nascendo
afagando os palatos…
Fantasias aos milhões
segurando os teus retratos
sentindo o sabor
a antigas recordações!
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Pouco a pouco a calma de dias vulgares
O sol aparece entre nuvens leves
O silêncio envolve os campos,
Banhados de raios solares breves.
Tenho minha melancolia azeda
Sentada no mesmo sítio há horas
E a tarde corre leda
Tras a noite sem estrelas, nem demoras.
Descanso as mãos, fecho olhos fatigada
O tempo passou, o silêncio desceu
E eu aqui sentada!
Dentro de mim o coração se abateu.
Fico impaciente
A satisfação se esvai
Palavras de Amor e Amizade na mente
E mais uma noite cai.
Passam as noites longas sem fim
Eu incapaz de traduzir em palavras sentimentos
Tudo na memória se reduz e a mim,
Vêem as recordações, umas felizes outras tormentos.
Deixo-me embriagar!
Com os sentimentos engolidos
Oiço um rouxinol cantar
Assim adormecem meus sentidos.
Rosafogo
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Tive uma bisavó que viveu até os meus 19 anos, então tenho muitas lembranças dela. A vó Amália tinha os olhos azuis profundos, o cabelo curtinho todo branquinho da idade, a pele bem enrugadinha e a imagem que tenho dela é sempre com um sorriso simpático no rosto. Ela morava no interior do RS, em Chapada, e costumávamos visitá-la uma ou duas vezes por ano. Uma das lembranças mais marcantes que tenho dela, é ela brincando comigo e com os meus irmãos, quando eu tinha uns 8 anos. Era tipo um pega-pega, dentro de casa. A casa dela tinha entrada pela cozinha e pela sala, de forma que era possível da cozinha ir para o corredor, entrar na sala, sair para a rua, e entrar na cozinha de novo. Essa arquitetura possibilitava uma dinâmica muito divertida na brincadeira de pega-pega, pois conseguíamos andar em círculos, entrando e saindo da casa. Nós provocávamos ela, até ela levantar e vir correndo atrás da gente, então fugíamos para todos os lados, sem saber ao certo para qual lado ela iria.
Fotografamos quem somos. Quando fotografei a festa do Bernardo, me chamou muita atenção o bisavô que ficou a festa toda na volta dos bisnetos, brincando e interagindo com eles. Me vi ali, criança, com a minha bisavó. A festa era do Bernardo, e as fotos também serão para ele. Que alegria poder deixar essa lembrança desse bisa brincalhão.
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O sorriso, o olhar passa de geração em geração, e mesmo na velhice sem consciência plena da realidade com a mente cansada pela vida, a alegria transborda com a chegada de uma criança.
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Seu Francisco ainda não tinha visto a Gabi vestida de Noiva.
A intenção dela é que a primeira vista fosse na porta da Igreja.
E assim foi. Ao vê-la já dentro do carro, Seu Francisco não conteve a emoção.
Se derramou em lágrimas, pois sua caçula estava pronta para ser levada ao seu grande amor.
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Sabe aquela foto que toda mamãe tem do filho que acabou de nascer? Aquela que estão te apresentando o seu filhotinho pra ambos se sentirem e saber que tudo correu bem??? Eu não tive com o Tony. Minha gestação foi de risco, principalmente nos últimos 40 dias.... tive a notícia de uma cesária de urgência uma hora antes da cirurgia... foi tudo muito rápido, mesmo eu estando internada há 9 dias. Mesmo assim... quando ele nasceu, eu imaginei que eu fosse sentir o cheirinho dele como eu senti do meu filho mais velho. Mas não... ele não estava preparado para chegar. Ele também foi pego de surpresa. Então ele não tinha forças para chorar nem para respirar. Aquele momento de conhecer o meu filhinho não aconteceu. Só escutei meu marido perguntando pra equipe: "está tudo bem?"... e ele olhou pra mim e confirmou: está tudo bem. Mas não conheci meu bebezinho. Levaram ele pra UTI e eu fui pra sala de recuperação. Não fiquei com medo, pois o meu medo maior era perdê-lo dentro de mim, já que as condições da minha gestação não eram as melhores. Só dele ter nascido, mesmo que muito antes do prazo, já era motivo de comemorar. Tentei vê-lo mais a noite, mas sendo uma paciente pós cirúrgica não tive tantas condições físicas. Desde então a minha condição mudou: de mamãe de recém nascido passei a ser uma MAMÃE DE UTI. Sai completamente de qualquer planejamento. Tinha acesso livre a ele, mas nosso "corpo a corpo" não tinha acontecido... foram 5 dias vendo-o dentro da incubadora, cheio de fiozinhos, canos, esparadrapos, eletrodos.
Chegava ser agoniante ver seu filho indefeso assim e não poder fazer nada.
E um dia, enquanto eu "acarinhava" a barriguinha dele, enquanto eu segurava a sua mãozinha coberta com uma luvinha da própria UTI, a enfermeira me surpreende com uma pergunta: " quer segurar ele?". ÓBVIO que sim. Fui então me trocar. E quando ela colocou meu “rebento” no meu colo, pele com pele, eu pensei que fosse amar. Mas foi muito, mas muito mais que isso. Foi indescritível. Chorei feito criança.
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É sobre significado.
É sobre ver alguém (e a sua luz) muito especial nessa imagem. E sentir sua presença toda vez que olhar pra essa árvore.
É sobre um tal de João Batista. Que fez de sua muda de jaboticabeira na chácara o seu símbolo.
Símbolo de irreverência. Até um poema escrito à mão a danada da árvore ganhou dele. Poema que foi para um quadro.
Símbolo de presença. O que mais tem lá na chácara são árvores. O pomar é bem vasto. Mas SÓ ESSA É A JABOTICABEIRA DO TIO JOÃO. Seu plantio parou o grupo de WhatsApp da família na época foi O EVENTO. Assunto ia, assunto vinha, o tema sempre voltava.
Significa aguardar. Calma. No seu tempo ela dará frutos e terão sabor doce... sabor de saudade.
Tio João era meio gritão. Espalhafatoso. De longe dava pra saber que ele estava presente... e olhando pra essa fotografia também dá...
Na hora do clique, surpreendentemente o vento calmo se agitou e o sol deu as caras no meio dos galhos. Vaidoso do jeito que era, pode ser que tenha sido ele sorrindo lá de cima e se gabando da sua "folclórica" jaboticabeira.